O Rato dos Classificados: A História por Trás do Clássico Comercial da Folha de S.Paulo

Nos anos 80, a publicidade brasileira vivia um momento de criatividade e ousadia. Foi nessa época que a Folha de S.Paulo, um dos maiores jornais do país, lançou uma campanha que se tornaria um marco na história da propaganda: os comerciais dos classificados estrelados por um rato astuto e carismático.

A campanha, criada pela agência DPZ, não apenas revolucionou a forma como os classificados eram vistos, mas também deixou um legado que permanece vivo na memória de quem acompanhou a televisão naquela época.

A década de 1980 foi um período de grandes transformações no Brasil. A economia começava a se abrir, a televisão se consolidava como o principal meio de comunicação e a publicidade explorava novos formatos e linguagens. Foi nesse contexto que a Folha de S.Paulo decidiu investir em uma campanha para promover sua seção de classificados, que já era uma das mais importantes do jornal.

A agência DPZ, responsável pela criação, precisava encontrar uma forma de destacar os classificados em meio à concorrência e ao crescente número de anúncios. Foi então que surgiu a ideia de usar um rato como protagonista. Mas não um rato qualquer: um rato inteligente, esperto e cheio de personalidade, que sabia como ninguém encontrar as melhores oportunidades nos classificados.

O comercial começava com uma cena simples: um rato, em sua toca, folheando as páginas da seção de classificados da Folha. Com uma voz em off que misturava humor e persuasão, o rato explicava como os classificados eram a melhor forma de encontrar empregos, imóveis, carros e até mesmo objetos usados. A mensagem era clara: "Se até um rato sabe que os classificados da Folha são a melhor opção, por que você não sabe?"

O personagem rapidamente conquistou o público. Sua astúcia e carisma eram irresistíveis, e o tom descontraído da campanha contrastava com a formalidade tradicional dos anúncios de jornal. O rato se tornou um símbolo não apenas dos classificados, mas também da própria Folha de S.Paulo, reforçando a imagem de um jornal moderno, ágil e conectado com as necessidades do leitor.

A campanha do rato dos classificados foi um sucesso imediato. Além de aumentar significativamente o número de anúncios na seção, ela também elevou o prestígio da Folha de S.Paulo no mercado publicitário. Os comerciais eram exibidos em horários nobres e rapidamente se tornaram parte do imaginário popular.

O rato também ganhou vida fora da televisão. Sua imagem foi utilizada em cartazes, panfletos e até mesmo em ações promocionais. Em uma época em que a internet ainda não existia, o rato dos classificados era uma das figuras mais reconhecidas da mídia brasileira.

Passadas décadas desde o lançamento da campanha, o rato dos classificados continua vivo na memória de quem acompanhou a televisão nos anos 80.

Ele é frequentemente citado como um exemplo de publicidade criativa e eficiente, capaz de transmitir uma mensagem complexa de forma simples e divertida.

Além disso, a campanha também é lembrada como um marco na carreira da agência DPZ, que se consolidou como uma das mais importantes do país.

Para a Folha de S.Paulo, o rato dos classificados representou a capacidade de inovar e se adaptar às mudanças do mercado, características que continuam a definir o jornal até hoje.